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terça-feira, 1 de novembro de 2011

DIA 03 DE NOVEMBRO.. DOIS ANOS SEM O MESTRE VEREQUETE..


Augusto Gomes Rodrigues era o nome de batismo da maior expressão da cultura do carimbó do Pará. Esse era o nome de Mestre Verequete, poeta e compositor popular, o apelido que lhe conferiu fama nacional e destaque internacional.
        O Rei do Carimbó nasceu no município de Bragança, na localidade do Careca próxima à Vila de Quatipuru em 26 de agosto de 1916. Aos três anos, após a perda da mãe, mudou-se com o pai para Ourém/PA, onde iniciou sua vida artística, no terreiro da negra chamada Piticó, aos 24 anos, quando foi convidado para dançar, segundo alguns relatos.      Aos 17 anos foi para Capanema/PA e trabalhou como foguista na Usina de Luz por mais de dez anos. Dizem que sem dinheiro, Augusto fez uma viagem a pé até Ananindeua. Em Belém/PA trabalhou na Base Aérea de Belém, onde ganhou o famoso apelido, após se encantar com uma música que conheceu no Batuque cujo refrão dizia: “ô chama Verequete, ê, ê, ê”.
        Considerado o introdutor do carimbó, ritmo afro-indígena da cultura, cantado e dançado ao toque de instrumentos de pau e corda, originária da costa atlântica e da região do Marajó, uma marca registrada da genuína cultura paraense.
        Organizou o carimbó na periferia de Belém e fundou o conjunto Uirapuru da Amazônia, em Icoaraci no dia 02 de outubro de 1971. Antes, gravou seu primeiro disco somente em 1970. Em 1985 Verequete abandonou a carreira depois de ter seu patrimônio musical e seus direitos autorais roubados.

Até 1994, ano de seu retorno à música e ao carimbó, Verequete vendeu churrasquinho numa barraca em frente à vila onde morava no bairro do Jurunas, sendo a fase mais difícil da vida desse artista. Ao longo de sua vida, gravou dez LP’s e quatro CD’s. Sua trajetória foi parcialmente contada no documentário intitulado Chama Verequete, produção premiada com o Kikito no Festival de Gramado, na categoria curta-metragem.
        Verequete morreu aos 93 anos no dia 03 de novembro de 2009, na UTI do Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém/PA, após seis dias de internação e vítima de uma pneumonia e infecção respiratória. Sua morte foi anunciada pela médica Alessandra Lima Leal no início da tarde daquele 03 de novembro, após a confirmação para a família. Seu velório aconteceu no Theatro da Paz.
        Como na maioria dos casos, Mestre Verequete viveu marcado pela pobreza material e deixa um legado de cultura, mas também de sabedoria e humildade no Pará e no Brasil.

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