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sexta-feira, 1 de julho de 2011

90 Anos da Rainha do Samba Dona Ivone Lara





Certamente ninguém, porque o samba, naquela época, era fora da lei, o que não dava status a ninguém, muito menos às mulheres, cujo papel nas primeiras agremiações surgidas, se limitava ao de "pastora". Compositora? Nem pensar. Dona Ivone Lara (já com grafia abrasileirada) nasceu para romper limites, fora e dentro da escola de samba. E é com essa garra e energia que a primeira mulher a ingressar na ala de compositores da Escola de Samba Império Serrano, chega aos 90 anos de vida!

Nascida no bairro de Botafogo, na zona sul carioca, a menina Yvonne perdeu o pai aos três anos e a mãe, aos 12. Levada para a casa de tios no outro lado da cidade ficou pouco tempo, pois foi matriculada em colégio interno. Sem saber, estava fugindo da sina da maioria das meninas negras de seu tempo, sem outra perspectiva que a do trabalho de doméstica. No Instituto Profissional Feminino Orsina da Fonseca, na Tijuca, a educação era integral, com prática de esportes e formação musical. Yvonne interessou-se pelo curso de Enfermagem e, graças a sua estatura, foi convidada a integrar a equipe de voleibol. Na música, seu vozeirão potente de boa extensão chamou a atenção da professora de canto.
Enfermeira especializou-se em Terapia Ocupacional, profissão que exerceu em hospitais psiquiátricos até aposentar-se, em 1977, quando já havia se tornado também assistente social. Desde os tempos do internato, era nas visitas aos tios que o bicho pegava. Lá na Serrinha, entre Madureira e Vaz Lobo, além de samba da melhor qualidade, tinha o jongo, um folguedo místico repleto de africanidade.



E foi na Serrinha que o tio Dionísio lhe ensinou a tocar cavaquinho, que fez suas primeiras composições ao lado do primo Antonio dos Santos (conhecido por Fuleiro) e onde ela se casou com Oscar, filho de Alfredo Costa, o presidente da escola de Samba Prazer da Serrinha, raiz da gloriosa Império Serrano, onde Yvonne passou a desfilar na ala das baianas. Em 1965, rompeu um tabu da escola de samba e tornou-se a primeira mulher a integrar a ala de compositores, ao lado de parceiros como Mano Décio da Viola, Silas de Oliveira, os primos Hélio e Mestre Fuleiro e Délcio Carvalho, seu parceiro maior. A carreira profissional de intérprete só decolou após seus 65 anos. Daí pra frente foi só ascensão, nacional e internacionalmente. Impossível não se emocionar ao vê-la ainda no palco e ao ouvir os floreios melódicos nessa voz inconfundível, em seus sambas que se tornaram clássicos da MPB.
Parabéns dama do samba
Fonte/ Revista Raça Brasil  

Um comentário:

  1. parabens pela matéria, muito importante divugar a origem do samba no Brasil e quem realmente contribui para que essa moçada posso hj se divertir com os pagodes da vida. parabens mesmo e viva dona ivone lara.

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