Leila, Deise, Silvia e Vera. Mulheres negras, mulheres lindas, mulheres que ousaram quebrar barreiras, transgredir os padrões de beleza, desafiar os limites impostos por uma sociedade preconceituosa, recalcada, acostumada a fazer valer os interesses de uma "maioria" branca. Mas, espera, quem é maioria por aqui? Quem representa, há tempos, mais da metade da população brasileira?
Essas quatro mulheres, em épocas diferentes, conseguiram mudar a história, a rotina, o olhar das outras pessoas sobre a atitude, a coragem, a autoestima, o orgulho de ser negro, não somente no Brasil, mas em todas as partes do mundo. Nas passarelas, elas foram as grandes representantes da expressão que, hoje, estamos acostumados a dizer, ouvir e a afirmar de cabeça erguida, porém, apenas no mês de novembro: a Consciência Negra.
Isso mesmo, comparo as quatro misses destaques dessa edição aos mais renomados e famosos militantes da causa negra, como o artista e político Abdias Nascimento, os atores Milton Gonçalves e Zezé Mota, a cantora Sandra de Sá, e o professor Eduardo de Oliveira, autor do Hino à Negritude. Cada um deles, a seu modo e talento, contribuiu (e contribui) para que os negros brasileiros não sejam alijados de sua cultura e raízes, de seu passado e, principalmente, de um futuro promissor, baseado em conquistas sociais, respeito às diferenças e igualdade em todos os sentidos.
Preconceito? Sim, esse "câncer" social também não deixou as misses em paz. Em comum, todas sofreram com a desconfiança alheia, como se as passarelas fossem exclusivamente para loiras e morenas. Souberam, no entanto, reverter a situação com muita classe, elegância, ética e cultura. Leila, Deise, Silvia e Vera... Mulheres da "Raça", mulheres lindas, mulheres cheias de Consciência Negra.
Um diamante negro
Primeira angolana coroada Miss Universo, Leila Lopes traz à tona a valorização da beleza negra mundo afora. Agora, o foco é social: combater a AIDS e reduzir a pobreza no mundo
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Negra, bela e gaúcha!
Deise Nunes, coroada Miss Brasil em 1986, mudou o conceito de misses no país ao colocar um ponto final na supremacia de loiras e morenas. Foi a primeira mulher negra a vencer o concurso
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