Favela do
Moinho foi atingida por dois incêndios em menos de nove meses
O Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério
Público do Estado de São Paulo (MP-SP) investiga se há origem comum entre os
incêndios em favelas paulistanas, por suspeita de que estejam sendo provocados
por grupos interessados em tirar vantagem econômica dos terrenos. A declaração
foi dada nesta terça-feira pelo promotor da área de Habitação e Urbanismo José
Carlos Freitas.
"É
curioso notar que esses incêndios têm acontecido, de forma geral, em lugares
onde há forte interesse do mercado imobiliário", avalia o promotor. Ele
aponta que, normalmente, são áreas nas quais se pretende construir
empreendimentos não só habitacionais, mas também empreendimentos comerciais,
especialmente, onde há obras públicas a serem implantadas. "A área
criminal (do MP) está preocupada com a essa coincidência", justificou.
A Câmara
Municipal de São Paulo também investiga as causas e responsabilidades sobre os
incidentes por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada
em abril de 2011. Só em 2012, por exemplo, foram 33 incêndios de grandes
proporções em favelas da capital paulista. A comissão já identificou que a
apuração das causas dessas ocorrências é quase sempre inconclusiva.
Para
Freitas, embora os incêndios sejam justificados por condições como falta de
umidade e precariedade das moradias, a explicação não é lógica. "Outras
favelas que têm a mesma estrutura de construção também estão sujeitas à falta
de umidade, mas os incêndios não têm acontecido com essa freqüência em regiões
mais distantes", comparou.
Para conhecimentos
de todos, 90% dos desabrigados são negros, entre adultos, idosos, crianças,
jovens e adolescentes, movimentos populares dão o tom das denúncias, mas
sabemos que em ano normais não acontece nada, e as famílias são esquecidas em papéis
burocráticos.
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