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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Conto O curupira e as gangues do curió

O CURUPIRA E AS GANGUES DO CURIÓ

Madrugada de sábado, o curupira já está quase uma hora discutindo com a Matinta Pereira, ele com ciúmes: grita, esperneia, isso já quase uma meia noite na mata adentro, no seu desespero de esta perdendo sua amada, o curupira sai correndo sem rumo, sem perceber que estava perto demais da cidade. Bem cansado o curupira para perto pertinho da estrada, muito assustado ele ver gritos, luzes e latidos cachorros.

- Ele entrou aqui, ele entrou na mata da Ceasa.
- Vamos atrás dele, ele ta cansado, deve está escondido.

A mata da Ceasa era o local onde a policia estava procurando o maníaco da Ceasa, um psicopata, era uma questão de honra para a policia prende o maníaco naquela madrugada, pois a policia já tinha encontrado quatro copos de crianças esquartejadas. Der repente uns dos policiais ver um vulto correndo para traz das arvores

- Capitão.. Capitão tem uma coisa aqui.
- Ele é ele pega ele.. Pega ele. Pega..
- É o maníaco da Ceasa.. Pega ele
- Podem matar soldados.. Atira pra matar

Tiros, cachorros latindo, a policia confundiu o maníaco da Ceasa com o curupira, o bicho de pés para traz, correu em disparada para a pista, atravessou com muita pressa e foi varando próximo a mata do Utinga. Por ter corrido com muita pressa o curupira deixou os policiais pra traz. Totalmente atônito o curupira estava nu e perdido, não sabia o caminho de volta para a mata adentro, cansado com fome, atordoado começou a vaga pela as ruas desertas, antes pulou um muro, pegou num varal, uma bermuda, uma camisa e um boné, por coincidência tudo da Nike, o curupira só queria volta pra mata, mais sabia que não podia andar nu, pela cidade principalmente na madrugada, o cenário era a quebrada mais cabulosa da cidade, o bairro do Curió. Quebrada, que estava em pé de guerra entre três gangues de Rua: a B.Q (Buraco Quente), F.A (Fúria Anônima) e VAN do curió, essas gangues se protegia esse guerreava em cada uma no seu território, suas rivalidades já durava quase 20 anos o ódio passava de varias gerações entre adolescentes e jovens. Sem sabe de nada o curupira caminhava pelas ruas de uma dessas quebrada, o setor era da VAN do curió, e logo ele avistou luzes, barulho de som, viu pessoas dançando e resolveu passar bem perto. Ficou escondido atrás de um porte e observava tudo, voz de  um jovem falando alto:

-Ei vamos pegar pedras e os terçados e da aqui a pouco vamos invadir o setor dos B.Qs
- Olha não quero apadrinhação e pra arriar qual que um.

Na B.Q, o líder da gangue era conhecido como: Cara de Bicho, por ser muito cabeludo, e ter um sinal negro e cabeludo no rosto, cara de bicho era famoso, pois já havida matador dois membro da VAN do curió, inclusive o irmão de Fico o principal líder da VAN do Curió. De longe o curupira avistou uma linda mulher, agoniado pela beleza da moça, resolveu se aproximar mais um pouco da festa, e saiu de atrás do porte de luz.

- Ei Fico, tem um cara ali escondido atrás do porte.
- É mesmo vamos ver quem é.
- Qual é mermo.. Aqui e fico da van.

O curupira não respondeu, não sabia falar, só ficou espiando assustado atravessou de um poste para outro.

- Ei Fico.. Ele tem o rosto cabeludo
- Porra e o cara de bicho.. Vou matar ele agora, vou vingar a morte do meu irmão.
- Ei Fico é casinha volta... Volta..
- Mas ele ta sozinho.
- Deve está armado, volta, volta deve ser casinha é casinha.

Fico como estava porre, resolveu encara o curupira pensando esta encarando o Cara de Bicho.

- Ei Cara e Bicho hoje vou te matar.
- Vamos matar ele.
- Agarra ele.. Agarra ele. Pega ele pega..
- Agarra.. Agarra


Eram mais ou menos uns 20 moleques membros da VAN do curió, todos com pedaços de paus, terçados e pedras, todos atrás do curupira, o bicho correu em dispara foi atravessando ruas, becos e foi pulando quintais, quando olhou pra traz os caras da VAN do curió já estava longe, cansado, muito cansado só queria voltar pra mata adentro, mas o bicho ficou sentado na esquina de um beco, agora sem saber onde estava, ele havia entrado no coração do Buraco Quente (outra quebrada cabulosa do bairro do Curió), depois de alguns minutos, já havia ido mais de três malucos viciados querendo comprar pasta de cocaína com o curupira ele para não sair correndo de novo sempre dizia que não com as mãos, mas quando o curupira estava tentando descansar foi abordados com socos e pontapés.

- Mão na cabeça.. Mão na cabeça, encosta na parede seu vagabundo.
- Eu não te disse que ia te pegar Cara Bicho..
- Cadê os bagulhos, cadê.. Cadê nossa grana porra.
- Ah agora perdeu a língua.seu filho da puta
- Hoje vou tirar a forra seu vagabundo peludo.

Mão de Cêbo e João Grande eram investigadores de policia civil, e estava à procura de Cara de Bicho a duas semanas, pois Cara de Bicho não pagou a sua cota do final de semana tinha fumado na festa da tia Neném. Os dois policiais espancaram o bicho, sem saber por que tava apanhando o curupira se fez de morto para não apanhar mais.

- Ei Mão de Cêbo o cara apagou.
- Vamos embora, deixa esse filho da puta ai, por vagabundo ninguém chora no enterro.

Já estava se passando das cinco da madrugada e o curupira não conseguia chegar à mata da Ceasa, ele continuou andando sem saber o que estava a sua espera. Quando ele cansou, ele viu que estava dentro de uma feira, decidiu dar mais uma descansada, foi quando ele avistou uma loira, a mulher estava só de shortinho jeans e blusinha preta, era gostosa, ela veio em sua direção e com uma voz mansa e provocadora disse algumas palavras ao bicho:

- Oi meu amor você por aqui
- Quanto tempo já tava com saudades.

Os olhos do bicho se regalaram, sua boca encheu de baba, o coração quase saindo pela boca, e a loira gostosa chegou e o abraçou. Quando o bicho pensava que ia se dá bem, ele só ouviu aquele grito:

- Agarra ele.. agarra 
- Segura e o Cara de Bicho!
- Tu vai morrer hoje safado.

Curupira mais uma vez foi confundido pelo tal Cara de Bicho, ele mais uma saiu no pinot, agora correndo de mais de dez moleques com pause pedra era gangue dos F.A. A loira estava tentando fazer uma casinha, os caras já tinham visto o peludo de pé para traz, mais eles se esconderam. O bicho não esperava, mas com tanta pressa ele conseguiu correr e subir em carro de entrega de frangos. O curupira foi para no mercado do Ver O Peso e à noite saia para tomar umas catuabas com os entregadores de peixe no Mercado do Ver o Peso, o Curupira conseguiu volta para outra matar, a mata da Ilhas das Onças do outro lado da Baia do Guajará, lá ele está livre das correrias e guerra das gangues, e pelas madrugadas ele só se preocupa em proteger a floresta.

conto: Preto Michel














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